domingo, 14 de junho de 2009

A Arte no Mundo Digital

A arte reflete o imaginário e o contexto de sua época. Em cada período da história , os artistas produzem suas obras através dos meios e das técnicas que pertencem ao seu tempo. No contexto da pós-modernidade, a tecnologia digital traz possibilidades novas e radicais para se fazer e se sentir a arte.

Na civilização do virtual as imagens são geradas artificialmente, a partir de processos matemáticos, que dão origem a matrizes numéricas e essas, por sua vez, são traduzidas, resultando nos pixels que tornam o objeto visível numa tela de computador. As imagens de síntese (numéricas, digitais), não tratam mais de representar o mundo, mas de simulá-lo.

Segundo André Lemos, em seu livro Cibercultura, Tecnologia e Vida Social na Cultura Contemporânea, “a arte eletrônica contemporânea toca o cerne desta civilização: a desmaterialização do mundo pelas tecnologias do virtual, a interatividade e as possibilidades hipertextuais, a circulação (virótica) de informações por redes planetárias. A arte entra no processo global de virtualização do mundo.” ( LEMOS, 2002, p. 192-193)

A utilização das novas tecnologias pela arte resulta na ciberarte, cujos exemplos importantes são a vídeo-arte, o multimídia, a robótica, a arte halográfica e informática (imagens de síntese, poesias visuais, internet e suas home pages, exposições virtuais), a realidade virtual, a música tecno-eletrônica. Todas estas manifestações refletem o caráter instantâneo (tempo real) e interativo que a ciberarte possui, quebrando a fronteira entre produtor, consumidor e editor.

Maurício Liesen, no artigo Navegando na ciberarte: notas sobre arte e imaginário na contemporaneidade ( disponível no site www.cchla.ufpb.br/caos/mauricioliesen.pdf) afirma que:

A ciberarte é, pois, uma arte da comunicação, um evento dialógico que acontece apenas com a participação do espectador(...)O espectador perde sua passividade.Nesse momento, o autor cede espaço a vários co-autores que desencadeiam outras possibilidades de direções durante a experiência. E todas essas informações podem ser manipuladas ou acessadas, existindo potencialmente em um mundo virtual. ( LIESEN, 2005, p.81)

Ainda segundo Mauricío Liesen, a ciberarte é “uma arte que humaniza as tecnologias e nos convida a fazer parte de sua própria criação.”

Por Patrícia Strack e Rafaela Duarte.

Um comentário:

  1. Interessante a consideração final de que a ciberarte é “uma arte que humaniza as tecnologias e nos convida a fazer parte de sua própria criação.” Acredito que isso fica bem claro quando nos deparamos com sites onde fazemos nossas produções a partir de dados já existentes como fotos, por exemplo. Nesse caso, o simples fato de montarmos imagens como queremos ja nós tornas artistas.

    Ângela Camana

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