sexta-feira, 27 de março de 2009

Aula: 20/03

No segundo capítulo do livro "Cibercultura: tecnologia e vida social
na cultura contemporânea" de André Lemos nota-se o esforço do autor em
traçar uma linha evolutiva dos sitemas técnicos demonstrando a lógica
nas invenções (criar técnica nova) e inovações(desenvolver técnica
antiga). Ao longo do texto, Lemos enfatiza a interrelação entre a
técnica e a sociedade, principalmente de como a primeira tem
influenciado a segunda, culminando assim no que o autor demonomina
como ubiqüidade pós-moderna.

As origens pré-históricas

A origem da técnica segue a origem do homem, que tentou por tanto
tempo imitar a natureza, transgredindo o que era considerado
impossível. Dotado de um dito poder extraordinário, o homem conseguiu
superar o natural e não se limitou a seguir os limites impostos pelo o
que lhe era oferecido apenas. Dentro do universo mágico primitivo, a
técnica desconecta-se do religioso mas permanece conectada ao sagrado,
que estabelece com o profano uma relação entre qualidade de mundo,
transformação de mundo e mundo concreto. Por fim, essa técnica foi
definida como o sonho do homem em conseguir as respostas do que não
lhe era palpável, mesmo que esse homem não conseguisse ligar o seu
futuro com o desenvolvimento técnico, o que é mais que aceitável na
atualidade.

As primeiras civilizações e os gregos

Uma das primeiras técnicas a ser reconhecida, na revolução Neolítica,
é o surgimento das civilizações - com sua organização social - junto
com o transporte, metalurgia, desenvolvimento da arte da guerra e o
surgimento da escrita, fator marcante para o estudo da história. Já no
Egito antigo, isso não foi tão perceptível, pois sua civilização
hierarquica fechada e estruturada, que não permitia muitas trocas, não
deu espaço para as inovações.
O sistema técnico grego passou por um bloqueio. As técnicas
artesanais e as novas técnicas estão lado a lado, e não há grandes
inovações em relação aos egípcios. A principal justificativa para esse
entrave foi o nascimento da filosofia Aristotélica e Platônica, que
desprezavam a tekhné. A ciência grega não permitiu o desenvolvimento
grego em larga escala.
A civilização helênica trouxe à tona a preocupação em achar
explicações racionais para a ciência e a técnica. A intuição é
substituída pela experimentação, teorização após investigação. A
técnica é laicizaa e dessacralizada. Nascem a matemática, a
geometria, a aritimética e também os manuais-receitas que visavam a
moral, a política, a economia e a religião. É nesse período que a
técnica passa a ser vista como é hoje.

O Império Romano

Com a expansão territorial, os romanos vão apropriando-se das
técnicas dos povos dominados, e com isso, pouco inovam de fato, ainda
que tenham expandido essas tecnicas. Muito da genialidade dos romanos
foi creditada à combinação dessa mistura de técnicas com a aplicação
das mesmas e de sua difusão por todo o espaço alcançado. Nasce aqui o
direito, a arquitetura, a urbanização, as técnicas sociais como
administração - visada na gestão social -, além do campo de energia.

Idade Média

Época de intensa atividade técnica, principalmente pela falta de
estranhamento às transgressões, como a aplicação do feudalismo; as
Cruzadas trouxerem o comércio com o Oriente, e com isso, o escambo de
técnicas. No séc XIV surgem tensões sociais, que aliadas ao misticismo
e a contemplação medieval enfraquecem as inovações. A energia tem
grande importância, já que as principais inovações medievais provem
dela: energia hidráulica (moinho) e eólica. A atividade industrial
pode avançar graças ao aperfeiçoamento na utilização do metal.
A difusão e a banalização das técnicas conhecidas trazem a preparação
para a modernidade. O desenvolvimento das profissões, pelas
corporações de ofícios, foi consequencia disso, que também trouxe
progresso social: o homem considera-se referência em relação a técnica
e não mais a natureza.

O Renascimento

O surgimento biela-manivela é considerado por alavancar a era do
maquinismo, que demandou muita energia. Primeira tríade: bússula,
pólvora e imprensa. A revolução que aparece aqui é epistemológica, no
uso da razão (centro do universo) para explicar o conhecimento,
colocando o homem como reordenador do univeso. Além da fascinação pela
descoberta científica para o progresso social, e da técnica não sendo
mais vista como mágica (ordem divina). Substituição do teologismo pelo
antropocentrismo.

A Revolução Industrial

Cenário da época: Inglaterra, 1780; indústria têxtil, invenção da
máquina a vapor e aplicação industrial da produção de ferro foram
fundamentais para impactar a revolução. O desenvolvimento da técnica
aqui é compreendido para a avaliação do progresso social (o futuro, a
modernidade) numa escala global, além de ser ligado a economia
política pela primeira vez. Aceleradas inovações tomaram o lugar das
invenções, como o mecanizaçaõ, que trazem como efeito as grandes
unidades de produçaõ. Nova tríade: metal, carvão e máquina a vapor.

Tecnocultura e modernidade

Novo sistema técnico baseado na eletricidade, no petróleo, no motor à
explosão e na indústria química. Dois principais períodos: Adaptação
de técnica e economia (1855-1870) em que houve o aparecimento das
redes bancárias, uma organização industrial e o crescimento
demográfico, que provocou um aumento na demanda e esse, por sua vez
trouxe uma necessidade em aumentar ainda mais a produção. Segund
período: Produção de energia em larga escala (1880- 1900) em que houve
o surgimento dos turbocompressores e motores à explosão e elétricos, o
uso de aços especiais, da química de síntese e de lubrificantes;
juntamente com a diversificação dos meios de transporte e de
comunicação veio a relevância da necessidade de transportar mais
rápido (estar em todos os lugares ao mesmo tempo) e de informar o mais
breve possível (saber tudo antes de todos).
A ciência-técnica é definida como essencial para o progresso, ou
então, o Mito da Modernidade, onde progresso e técnica andam de mãos
dadas. O homem é colocado não apenas no centro do universo tangível,
como também do univeso inteligível. Um paradoxo aqui é formado: com o
avanço das técnicas, e dos sistemas desmembrados dessas técnicas, há
ao mesmo tempo, uma excitação pela alcance da velocidade do avanço e
um medo social pelo temor da perda de segurança no trabalho.
Esse período paradoxal é chamado de Era Neotécnica (megamáquina
civilizacional) que alcançou seu apogeu com a modernidade (energia X
política X propriedade X lucro X privilégio). Mumford diz que a Era
Eotécnica (harmonia entre homem e natureza) foi substituída pela
Paleotécnica (auto-destruição gerada pela Revolução Idustrial), e
essa, pela Neotécnica. O conhecimento científico torna-se autônomo e
institucionaliza-se em valor (Merton); ou seja, a técnica-ciência é
envolta por um significado de liberdade e transformação social,
ganhando uma nova função num novo culto que quer ter total controle
sobre a natureza (engenharia genética) além de reconstruir a própria
sociedade. O cientista aqui não está mais preocupado em transgredir;
seu único objetivo é desenvolver sua área com a quebra dos valores
tradicionais.
A técnica moderna é simplificada na autonomia entre as esferas da
ciência, da moral, da religião e a arte. Esse sistema autônomo e cego,
então, se caracteriza por modificar ininterruptamente os elementos que
transformam a consfiguração do sistema, dominação social sobre
dominação técnica, um todo tecnocrático que reelabora os aspectos da
vida social, e por fim, esse novo sistema rejeita as realimentações e
funciona somente seguindo sua própria lógica. Como consequência disso
tudo percebemos que esse novo sistema nos leva a individualidade e
egocentria extrema humana, sempre querendo superar as técnicas
antigas, pois o único fator importante agora é a eficiência dos
processos técnicos. Os artistas (atuais mágicos), aqueles que
conseguem enxergar aquém de sua época, se desprendem desse sistema, e
se manifestam atravém da arte que é pouco compreendida pelos seus
contemporâneos que são limitados pelo sistema.
A técnica passa a ser o instrumento do desenvolvimento das forças
econômicas e do progresso da cultura? (Spengler), afastando o homem da
sua simbologia no todo. Ela estaria em meio a construção de uma esfera
própria, afastada, transformando o homem num mero instrumento de
desenvolimento técnico. A tecnocultura vai estabelecer um poder
unidimensional, selando o saber-poder. A nova estrutura social
determina a as organizações trabalhistas visando o aproveitamento do
tempo e priorizando as divisões das etapas das tarefas. A velocidade
da máquina é que vai moldar o trabalhador (tempo X movimento).
Criam-se novos paradigmas a partir do pós-guerra: energia nuclear
(com o assombro do potencial destruidor), informática (o novo rico é
aquele que possui mais rapidez da informação), engenharia genética
(poder controlar os seres vivos), planetarização da sociedade
(globalização). O sonho (técnica é sinônimo de transformação no mundo)
vira pesadelo (problemas sociais causados pelo mau uso das técnicas).
A ubiquidade pós-moderna dá liberdade à simulação do novo mundo, onde
a tecnologia digital permite que estejamos em vários lugares ao mesmo
tempo (com o advento da internet e videoconferências), dando um novo
sentido ao "aqui e agora".


Após ter percorrido o desenvolvimento da técnica, compreende-se como o
desenvolvimento exige a união entre a ciência e a técnica. O fato da
religião, moral, arte e ciência serem separadas em distintas esferas
faz com que a última se desenvolva com mais liberdade e de tal forma
que termina por se impôr perante as demais. Atualmente há quem defenda
que que a tecnologia seja uma nova religião, despertando fascínio e
tornando um símbolo mágico e místico para a sociedade. Tal fato é tão
importante que, se analizarmos pelos dados do IBGE sobre o Brasil
(Censo Demográfico 2000), os determinados como "sem-religião" estão em
torno dos 7,4% - superado apenas por católicos (78%) e protestantes
(15,4%) - e a cada vez tende a aumentar este percentual. Este é um dos
indícios de que a revolução tecnológica tem modificado a sociedade: a
eliminação do que não é técnico, a dessacralização. A atemporalidade e
a onipresença também são importantes para compreender a mudança
sociológica que enfrentamos, pois dão ao homem poder que antes apenas
aos Deuses eram concedidos. Enfim, visão que Lemos trouxe, analisando
a evolução da técnica auxilia a refletir e principalmente compreender
a mudança cultural que ocorre a cada vez menor tempo.

Karen Couto
Pollyanna Bittencourt

quinta-feira, 26 de março de 2009

Aula 3

Na aula do dia 20 de março foi exposto, com base no texto de André Lemos, um panorama histórico do desenvolvimento tecnológico ao longo da história humana, assim como a evolução da visão do homem perante essa tecnologia inserida em contextos sociais diversos. Os conceitos estudados no texto anterior foram de essencial importância para a compreensão abrangente do texto “O fenômeno Tecnológico através da História”.

As origens pré-históricas

A técnica, nesse período da história humana, é vista como “uma arte, designando uma atividade prática manual e material, de origem divina” (pag. 42), é patente a concepção de técnica abrangia aspectos religiosos. É nessa época que ocorre a bifurcação do universo mágico primitivo, na qual a técnica separa-se da religião, adquire a propriedade transgressora da natureza sem, no entanto, deixar o aspecto sagrado de potência divina, formando um paradoxo existente até os dias atuais. Os conceitos de fundo, qualidade do mundo, e figura, mundo concreto, são desassociados definindo a bifurcação desse universo.


A técnica não era independente da natureza ou da sociedade, era um período de indiferenciação, o oposto do que conhecemos atualmente, pois a técnica na modernidade é autônoma.


As Primeiras Civilizações e os Gregos

O primeiro sistema técnico desenvolvido que a história do homem conhece surge durante a Revolução Neolítica. É nesse período histórico que surgem as primeiras cidades e impérios desenvolvidos, acompanhados por um desenvolvimento dos transportes, da metalurgia, da arte da guerra e por uma estruturação de poder baseada na hierarquia. O surgimento da escrita por volta de 3.500 a.C é fator extremamente marcante para esse contexto.


A inovação, no entanto, não foi fator expressivo, pois as civilizações desse período histórico eram fechadas e sofriam uma espécie bloqueio técnico, conforme conceitua Gille. A civilização grega tem motivos muito específicos para esse “fechamento”, segundo Lemos, a sociedade grega ao associar a técnica à ciência, poderia restringir a evolução tecnológica, devido ao fato do conhecimento cientifico da época ser limitado, apesar do desenvolvimento da matemática, geometria e aritmética. Outra questão levantada é que a o desenvolvimento técnico não seria essencial, visto que existia a mão-de-obra escrava – uma condição social para o que Lemos chama de “bloqueio técnico”. A ascética filosofia platônica legou à teknhè caráter desprivilegiado em relação à verdade, correspondente às formas perfeitas e imutáveis, os arquétipos ideais tão-somente acessíveis pela theoria – a contemplação puramente racional – que leva ao entendimento teorético, a episteme. Em Platão, a técnica não opera como mediação para a verdade, ao contrário, apenas imita a realidade sensível da Phusis, esta já um arremedo das idéias (formas). O conceito de técnica como imitação (mimesis) será essencial em Aristóteles, que, de maneira menos rígida, mantém as distinções platônicas, embora reconheça a importância dos processos imitativos para a criação (poiesis) da arte e das ciências.


Os sofistas,com os manuais-receitas, formularam técnicas na esfera ética, moral, política, econômica e religiosa, expandindo a noção de teknhè para campos abstratos, dessa maneira, certos tipos de comportamento começaram a ser determinados. Paulatinamente a técnica começou a ser dessacralizada. A evolução da cité grega traz o logos ao centro da atenção. É nessa época que a concepção atual da técnica começa a se formar.


Império Romano


Roma possibilitou a formação de uma cultura técnica abrangente, que incorporou elementos de povos conquistados e povo conquistador, sem que necessariamente ocorressem inovações marcantes em relação à técnica grega; seu grande feito está no desenvolvimento das técnicas sociais: o direito, a arquitetura e a urbanização. O império romano situava-se, em uma estabilidade técnica, a atividade era ainda vista como “profana ligada ao medo da ordem divina”(pag.46). Essa estabilidade permanecerá na sociedade ocidental até o século XVII.


Idade Média


Na idade média, ao contrário do que se possa inferir, a atividade técnica foi bastante intensa. As inovações, porém não foram grandes, assim como no período anterior, o misticismo influenciou muito a sociedade. A técnica passa a ser alvo de reflexões, “ao ponto de Gille propor a existência de uma ‘técnica didática’, onde a ciência começa a sentir necessidade da técnica e a técnica da ciência, instaurando o germe da modernidade tecno-científica”(pag. 47), o empirismo passa a ser considerado.

A grande inovação medieval está na utilização da energia, ocorre nesse período o uso da energia hidráulica e eólica, com os moinhos hidráulicos e eólicos . Lemos também destaca o desenvolvimento do maquinismo, no manuseio do metal, que permite a gênese de uma prática industrial.


Enfim, “ todos os elementos que preparam a modernidade estão colocados: um sistema técnico baseado no empirismo e na quantificação matemática, a divisão do tempo, o espírito conquistador da natureza, onde a técnica torna-se laica e secularizada.”(pag 47) Esse contexto foi construído a partir de três fatores, segundo Lemos, a banalização das técnicas já existentes, o desenvolvimento das cidades e o desenvolvimento das profissões, dentro das corporações de oficio. A técnica então começa a configurar-se em moldes antropocêntricos e racionalistas, quebrando a tradição clássica na qual ela era vista como “astúcia com a natureza” (pag. 47). O sistema técnico começa, nessa passagem que levará ao antropocentrismo renascentista, a formar sua “escatologia do progresso social”, que se desenvolverá na visão teleológica do desenvolvimento da modernidade.


O Renascimento


Segundo Lemos, essa fase pode ser conhecida “como a era do maquinismo” (pag. 48). As técnicas que se desenvolvem nessa época são dependentes diretas da energia, demonstrando um progresso em relação às técnicas medievais. A tríade que caracteriza esse período é a bussola, pólvora e a imprensa. Gille coloca “...é um novo sistema técnico que nasce, na medida em que todas as novas invenções são complementares umas das outras” (pag 48)


O ideário renascentista, essencialmente racionalista, cria condições adequadas ao imaginário social para principio da modernidade. A natureza é vista como “objeto de livre conquista” (pag 48), ela é manipulada para de forma operatória.


Também um novo empirismo principia no Renascimento. O Novum Organun de Francis Bacon pretende formular um método experimental radialmente diferente daquele postulado pelos gregos (em especial Aristóteles). Aqui, conhecer implica um poder, uma técnica que pretende estender o império dos homens sobre a natureza. Na França do século XVII, Descartes engendrou o embrião da modernidade filosófica sem, entretanto, levá-las a suas derradeiras conseqüências, tarefa para seus sucessores. Seu livro doutrinário, o Discurso do Método, traça algumas das referências do pensamento moderno: com o cogito, define um provável princípio para nossas hipóteses, com sua especulação dualista sobre as máquinas, na qual esboça uma definição analógica de seu funcionamento, procura estabelecer os limites de nossa técnica. E foram tais limites que os sistemas técnicos modernos buscaram incessantemente pulverizar.


Revolução Industrial


O autor abre esse tópico fazendo uma consideração importante “devemos compreender que não houve no século XVIII uma revolução no sentido de uma ruptura radical, mas a colocação de um novo dispositivo simbólico que vai progressivamente desde a idade média, aumentar o poder e o alcance do complexo tecno-cientifico humano.”(pag 49)


Nesse período existem mais inovações, banalização de técnicas, do que invenções, técnica realmente nova. Essa banalização das técnicas e a criação de uma técnica sobre a outra cria um sistema técnico, segundo Ellul, teórico utilizado por Lemos . A técnica e a ciência começam a se misturar, apesar do desenvolvimento técnico não se constituir a partir de uma “reflexão construída” (pag 50). A tríade desse período é constituída pelo metal, pelo carvão e pela maquina à vapor.


No século XIX, Marx consegue pensar a técnica dentro de um contexto político-econômico, tentando visualizar os efeitos que essas inovações trazem à sociedade, articulando a isso a questão do trabalho.“Como mostra Spengler, é precisamente no século XIX ‘que se apresenta pela primeira vez o problema da técnica e de suas relações com a cultura e com a história’ ”(pag 50)


Tecnocultura e modernidade


Um novo sistema técnico fundamentado na eletrecidade, no petróleo, no motor de explosão e nas indústrias de síntese química configura-se a partir da metade do século XIX. O primeiro período marcante que o autor do texto destaca se dá entre os anos de 1855 a 1870, nos quais ocorre uma adaptação da sociedade nas esferas econômica e técnica a esse contexto. Entre os anos de 1880 a 1900, mudanças significativas ocorrem, a energia começa a ser produzida em larga escala, os meios de comunicação e transporte desenvolvem-se.


A partir da primeira Guerra Mundial, a concepção da técnica vinculada à ciência, leva a disseminação no imaginário social da concepção de progresso. Esse período é marcado por diversos paradoxos, ao mesmo tempo em que essa nova conjuntura leva a idéia da evolução e à excitação, existe um medo perante o desconhecido. Esse período é chamado por Mumford, de Era Neotécnica. Essa Era sucede a Paleotécnica, que seria um período autodestrutivo, ocorrido durante a Revolução Industrial, o qual é precedido pela Era Eotécnica, onde o homem relaciona-se de forma harmoniosa com a natureza.


A organização que vai se formulando a partir do III milênio, segundo Mumford, pode ser chamada de magamáquina. “A modernidade é o ápice desta megamáquina civilizacional. A sociedade moderna é a conseqüência do desenvolvimento da megamáquina através do pentágono: ‘energia, política( poder), propriedade, lucro, privilégio’”. (pag. 52)


Os valores da ciência e da técnica são os da objetividade racionalidade instrumental e da neutralidade. “Cria-se uma organização racional e tecnocrática da vida social” (pag. 50), finalmente o saber cientifico torna-se independente. “A técnica e a ciência transformam-se em ideologia (Habermas) legitimadora do progresso social”(pag. 52)


A modernidade é caracterizada, segundo Habermas, pela a autonomia dos campos da ciência, da moral e da religião. A sociedade, por fim, é administrada por meios científicos e tecnológicos. Essa força simbólica que é agregada à técnica leva o individualismo à sociedade, que está envolvida por um sentimento de procura do “método absolutamente mais eficiente” (pag 54)


Essa nova ideologia tem a linguagem da matemática, segundo G. Hottois, o objetivo é instrumental, dessa forma o homem é afastado do simbólico, a experiência que ele vivência é mediada pela técnica.


A tecnocultura, a tecnosfera, mergulham o homem em um outro patamar, no qual o ele “se tornaria um

instrumento do desenvolvimento técnico”(pag.55), questão já levantada no texto anterior. Outro paradoxo surge “se a atividade técnica está imbricada na emergência da linguagem, toda atividade técnica é uma atividade simbólica”, descaracterizando a essência instrumental da técnica.


Outra questão levantada por Lemos é o fato de a técnica originar uma estrutura social baseada no trabalho especializado (taylorismo, fordismo), a fim de otimizar-se o tempo, o ritmo das máquinas torna-se parâmetro para o ritmo do trabalhador.


Após a Segunda Guerra Mundial surge um novo paradigma baseado na energia nuclear, na informática e na engenharia genética. Nesse novo sistema é que se desenvolve a cibercultura, a sociedade torna-se global.

Após a fase de indiferença (até a Idade Média), a do conforto (modernidade), estamos na fase da ubiqüidade pós-moderna, segundo Lemos. Essa fase é caracterizada pelo escape da linearidade do tempo e do espaço, é possível a telepresença, existe o mundo virtual. No entanto, essas novas tecnologias trazem angústias à humanidade. “Estamos no vácuo espaço-temporal que alguns chamam de fim da história” (pag.57).


A nosso ver, a discussão acerca de uma pós-modernidade perpassa a caracterização do indivíduo: o que distingue o sujeito moderno do sujeito pós-moderno. O sujeito moderno se faz com o projeto iluminista, segundo o qual a razão e o esclarecimento levariam à emancipação do indivíduo; processo definido por Kant alegoricamente como a passagem da menoridade submissa para a maioridade autônoma. A pós-modernidade tem por paradigma subjetivo a fragmentação, a decomposição do sujeito em suas práticas socioculturais, sua diluição em meio ao suposto dinamismo de uma sociedade da informação globalizada. O que se deve perguntar é se esse dito sujeito fragmentado da pós-modernidade não seria antes uma radicalização do sujeito moderno que uma ruptura com ele.


Sarah Bueno Motter e José Fernando Costa

quinta-feira, 19 de março de 2009

Aula 2

O texto que segue refere-se ao conteúdo abordado na segunda aula (13/03) da disciplina de Cibercultura na Fabico, UFRGS. Como base teórica, tomamos trechos do livro “Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea” de André Lemos, e também os slides apresentados em aula pelo professor Gilberto Consoni.

Cibercultura

Nascida nos anos 50, a partir do surgimento da informática e da cibernética, a cibercultura é hoje, de acordo com André Lemos, a nova forma da cultura – e não apenas uma de suas subdivisões. A relação entre a técnica e a vida social dá origem a esta manifestação cultural que, mesmo estando ainda em seus primórdios, já é uma realidade social planetária. Para compreendê-la, no entanto, faz-se necessária uma reflexão acerca do desenvolvimento do fenômeno técnico, que remonta aos mais primitivos povos.

De acordo com André Lemos, a base para entender os desafios do fenômeno tecnológico passa pela diferenciação entre os conceitos de técnica e tecnologia.

Técnica

Advindo do termo grego tekhnè, a técnica é um conceito filosófico que visa definir o saber fazer humano em oposição à phusis, que se trata do princípio de geração natural das coisas. Ambos os conceitos – tekhnè e phusis – fazem parte do processo de vir a ser, ou seja, a poièsis. Tal dicotomia, fundamental para a compreensão da crítica à qual a tecnologia é hoje submetida, é problematizada por Aristóteles, que afirma serem as coisas artificiais, frutos da tekhnè, inferiores às naturais, existentes graças à phusis. Para o filósofo, a tekhnè é um saber prático que imita e domina a phusis. Da mesma maneira, o saber contemplativo ou teórico da épistèmé, colocado ao lado oposto da tekhnè, é visto por Platão como superior a toda e qualquer atividade prática. O pensamento grego, portanto, relega à técnica o papel de imitação, tanto da natureza quanto da contemplação filosófica.

Lemos apresenta também a perspectiva etnológica de André Leroi-Gourhan para a interpretação do surgimento da técnica. De acordo com Gourhan, o homem é um ser técnico por definição, e a técnica representa em seu desenvolvimento um papel fundamental. Até a fase de formação do córtex, pode-se dizer que a evolução da técnica é de cunho zoológico e influencia também a evolução da espécie. Gradativamente, porém, a técnica desliga-se desta evolução genética e torna-se independente, em um processo de desnaturalização do homem, que por sua vez possibilitou a origem da cultura e da linguagem, diferenciando o ser humano dos demais animais.

O processo de desnaturalização do homem, por sua vez, é profundamente ligado à naturalização dos objetos técnicos. As máquinas, segundo o pensamento de Gilbert Simondon, são as responsáveis pela sensação de que a tecnologia não faz parte da cultura humana, resultando em uma visão equivocada que coloca em planos distintos a técnica e a cultura. De acordo com o filósofo, através da fundação de uma tecno-logia, a qual nomearia-se mecanologia, seríamos capazes de acompanhar a lógica interna que rege o desenvolvimento dos objetos desde as técnicas primitivas, uma vez que na modernidade o homem passa de inventor a operador dos conjuntos maquínicos.

Desenvolvimento da técnica e Surgimento da ciência

Quando o homem passa dessa mencionada fase zooógica para a fase cultural, ele passa a desenvolver as técnicas inerentes a sua existência. Assim, ele domina os objetos técnicos que serão responsáveis pela construção de sua cultura, num processo de artificialização da sociedade.

A técnica é anterior à ciência. A ciência surge devido à necessidade de se interpretar e dominar a natureza e, através desse conhecimento, produzir a tecnologia. Assim, a compreensão da técnica corresponde ao desenvolvimento da ciência.

Durante a dita Fase Mágica, há uma relação primitiva entre o homem e o mundo, na qual ele não distingue técnica e religião. Sendo assim, a existência humana não era caracterizada pelo pensamento racional.

Quando há o desdobramento dessa fase primitiva, ou élan vital (evolução da vida), ocorre uma conseqüente diferenciação por parte do homem entre as ferramentas objetivas (técnicas) e subjetivas (religiosas). Neste momento, o ser humano já possui consciência de sua realidade e passa a agir não somente através de seu instinto, mas também de forma egocêntrica, visando à resolução de problemas individuais.

Do mesmo modo como a técnica e, mais tarde, a ciência advêm da necessidade de resolver os problemas da comunidade com os fenômenos naturais, o surgimento da religião é justificado pela preocupação humana em resolver os problemas espirituais.

Tecnologia

Já a tecnologia se manifesta na sociedade humana à época do progresso industrial, por volta do século XVII. O seu desenvolvimento significa que a técnica da máquina é superior à técnica humana. Essa técnica moderna, ao contrário da técnica primitiva, possui embasamento científico, influenciada pelas idéias desenvolvidas sobretudo a partir do século XVII, como a física newtoniana, o empirismo e a matemática.

A tecnologia é responsável, então, pela organização da sociedade atual em uma forma ecológica denominada tecnosfera, originária do processo de evolução científica e causadora da constituição de uma tecnocultura. Esses conceitos fazem parte do contexto da tecnicidade humana, no qual a tecnociência (desenvolvimento teórico prévio) tem papel fundamental, pois o mundo contemporâneo se encontra fundamentado e sustentado nas idéias científicas.

Consequências da Cibercultura na sociedade

Através da apropriação de elementos da natureza, o homem desenvolve sua técnica e constrói seu espaço cultural no qual as máquinas têm importante papel de facilitar relações e práticas sociais.

Uma das principais características do processo tecnológico atual é a onipresença: as máquinas desenvolvidas pelos homens se tornam essenciais no cotidiano, e a sua existência não é questionada, pois esses instrumentos já fazem parte do ambiente cultural.

A interação sem presença corporal define o caráter objetivo da cibercultura. No ciberespaço, o indivíduo pode definir um destinatário específico para a sua mensagem, favorecendo, assim, o conceito de tribalismo. Há um compartilhamento social das idéias que, no entanto, vai influenciar a formação de grupos a partir de afinidades. Ao mesmo tempo, ocorre uma homogeneização de culturas através da constante troca de informações e emoções entre diferentes comunidades.

Caroline Rocha de Abreu e Débora Gallas Steigleder

quarta-feira, 18 de março de 2009

Análise sobre a evolução da técnica na contemporaneidade

O texto “Cibercultura, tecnologia e vida social na cultura contemporânea”, de André Lemos, principia abordando o surgimento da cibercultura não só como “fruto de um projeto técnico, mas de uma relação estreita com a sociedade e a cultura contemporânea” (pág. 28). Através desse aspecto, o autor precisa as primeiras noções sobre as diferenças entre técnica e tecnologia. Um dos conceitos que é inicialmente construído para realizar a distinção proposta é a phusis. A phusis representa o fazer natural e autopoiético, o qual é capaz de gerar a sua auto-reprodução e guardar os mecanismos para tal. “Tekhnè e phusis fazem parte de todo o processo de vir a ser, de passagem da ausência à presença, ou daquilo que os gregos chamam de poièsis” (pág. 29). Esta frase nos encaminha ao próximo conceito a ser descrito, a tekhnè. Em grego, o termo tekhnè significa “arte”, e evidencia o fazer humano. A técnica está intimamente ligada ao ato de “fazer algo com aprimoramento”, isto é, praticar uma atividade que possa vir a ser melhorada pelo seu aperfeiçoamento. O homem é colocado no centro do fazer poiético por meio dela e confronta diretamente as coisas da natureza.
Na acepção filosófica grega, havia um conflito entre tekhnè e epistemè, que delimitava a oposição entre as idéias sofistas e socráticas. A filosofia sofista, a qual defendia o isolamento do saber prático (tekhnè), era censurada por outros pensadores que privilegiavam a epistemè (saber teórico) e o conhecimento adquirido a partir desta, determinando a inferioridade das artes práticas perante a atividade intelectual-conceitual. Dessa maneira, a crítica à sofística se baseia no fato de que ela não necessita de princípios científicos para ser exercida, sendo aquele que possui apenas a técnica nada mais do que um imitador, um simulacro. Além disso, a visão aristotélica segue a linha de pensamento socrática conduzida por Platão e complementa que as atividades práticas são inferiores às coisas da natureza, visto que a tekhnè imita e domina a phusis, usando-a. Portanto, a tekhnè constitui-se em algo limitado porque depende e utiliza a capacidade autopoiética da phusis para si.
Por outro lado, Lemos discorre sobre o fato de que “o homem é um ser técnico por definição” (pág. 30), isto é, a técnica constitui-se em elemento indispensável à evolução da vida humana. Assim, o autor classifica a técnica como elemento zoológico, apresentando-a como responsável pelo intermédio entre a natureza e o homem. Ela atua como a solução zoológica do ser humano quando este se defronta com a natureza. Outro fator importante é o posicionamento de Lemos, no qual ele afirma que “a tekhnè que inventa o homem e não o homem que inventa a técnica” (pág. 32). Desse modo, a origem da fala, por exemplo, configura-se como um aprimoramento dos gestos corporais, dos desejos internos exteriorizados pelo corpo.
Sobre a gênese da técnica, Gilbert Simondon, influenciado por Henri Bergson, desenvolve a hipótese genealógico-evolutiva, que corresponde a um período da relação homem-mundo. A tecnicidade apareceria para resolver os problemas - dramas - colocados por essa fase primitiva na relação, a qual ele denomina fase mágica. “É pelo desdobramento dessa primeira estruturação (fase mágica) que surge a distinção entre figura (o objeto) e fundo (a religião)” (pág. 35). Por conseguinte, aparecerão duas novas formas de se solucionar a situação: a técnica, que responde aos problemas de figura, e a religião, que se ocupa dos fenômenos de fundo. Segundo Simondon, “o homem cria a técnica para resolver os conflitos dos fenômenos da natureza, e a religião para tratar do espírito, do simbólico e do imaginário” (pág. 35). E, concluindo o seu parecer, finaliza argumentando que “a técnica é, assim como a religião, uma solução particular para a saturação do modo mágico do homem estar no mundo”(pág. 35), ou seja, o homem faz uso de ambas as noções para estabelecer a sua relação com o mundo. Quando não é possível encontrar explicações técnicas para fenômenos naturais, o arranjo se dá pela conversão de tais fenômenos para o âmbito espiritual (religião).
Nos últimos anos, pode-se apreender o sentido de modernidade do vocábulo técnica. Quando pensamos em tecnologia, visualizamos máquinas e avanços referentes ao campo das ciências exatas. Entretanto, um fenômeno vem ganhando amplitude no decorrer dos séculos, mais especificamente a partir do primeiro período da revolução industrial: o estranhamento do homem em relação àquilo que ele mesmo produz. O homem emprega a técnica para a concretização dos seus interesses. É ele quem, em tese, detém poder sobre ela, manejando-a conforme melhor lhe convém. Eis que surge, neste ponto, um paradoxo. A tecnicidade humana parece ter atingindo um limite onde o homem não é mais o inventor que manipula os sistemas maquínicos: ele está cada vez mais afastado do seu invento, tornando-se operador de um sistema independente, autopoiético, que se auto-sustenta. O homem tem se tornado, paulatinamente, uma espécie de “funcionário” da máquina, por assim dizer. Basta notarmos, por exemplo, a naturalidade com a qual fomos incorporando diversos aparatos tecnológicos em nosso cotidiano. Essa situação nos permite concluir que estamos rejeitando o embate com a natureza e nos deparando com uma nova composição artificial criada por nós mesmos: a tecnosfera. Neste novo contexto, é a máquina a principal causadora dessa sensação de estranhamento, de não-pertencimento da tecnologia à nossa cultura. E a explicação para isso advém da própria cultura, a qual atualmente se transformou em uma técnica. A sociedade contemporânea, com a evolução das tecnologias e com o aperfeiçoamento das técnicas já existentes, está se modificando de forma gradativa, não apenas no que tange ao trato entre as pessoas, mas na forma de como o próprio indivíduo se insere neste ciberespaço.
É difícil julgar o processo de evolução técnica ao longo dos anos como algo benéfico ou prejudicial. Tem-se o lado positivo se considerarmos a forma como a tecnologia facilita nossas ações no dia-a-dia. A internet, em especial, permite-nos estar atualizados a qualquer momento e com maior rapidez. Aproxima os diversos povos - ainda que virtualmente -, ao mesmo tempo em que separa uma população local. Repelimos a interação face a face para dar lugar àquelas intermediadas pelo computador. Geramos, todos juntos, uma cibercultura, na qual há uma reestruturação das relações sociais entre o homem e a técnica. Dentro dos malefícios desse crescente aprimoramento, pode-se citar também os impactos ambientais (aquecimento global, maremotos) no meio ambiente. Esse é o resultado da intervenção humana (ser técnico por excelência) no seio da natureza.
O relacionamento natureza/homem está em constante alteração por meio da reestruturação das técnicas, as quais são resultantes de um processo dialético que tende ao infinito. As novas tecnologias incorporam-se em nosso âmbito social de maneira progressiva. Elas se misturam em nossa cultura, causando estranhamentos e se tornando algo natural concomitantemente. A tecnologia apresenta-se como a forma naturalizada dos objetos técnicos junto à ciência, mantendo-os unidos e sem que se possa distinguir onde um se inicia e onde o outro acaba. É a expansão da cultura eletrônica, expansão dos media que, como afirmou McLuhan, “alteram, e mesmo moldam, nossa maneira de ver e de interpretar o mundo”.
Sendo assim, a técnica, segundo Heidegger, configura-se como “um desvelamento, um modo de existência do homem no mundo”(pg. 37), o que significa que o homem acaba por dominar a natureza, utilizando-a como fonte de alimentação para suprimento de suas necessidades, entregando-se ao controle e manuseio humano. Entretanto, ao passo que incorporamos os objetos técnicos ao nosso cotidiano, naturalizando-os, acabamos por excluí-los de certa forma, pois o desenvolvimento das tecnologias apresenta-se, simultaneamente, como algo que nos aliena e nos auxilia, causando-nos uma sensação de mal-estar em relação àquilo que criamos. É notável o impacto que toda essa transformação acarreta no ser humano enquanto membros de uma sociedade, dentro da qual se encontra e interage. Ao mesmo tempo que nos criamos a técnica, tornamo-nos escravos dela. Este, provavelmente, seja o maior paradoxo que a reflexão provocada pelo texto de Lemos nos traz.

Bárbara Gallo
Camila Cesar

domingo, 15 de março de 2009

Blog Discutindo Cibercultura

O blog Discutindo Cibercultura é um espaço para publicação de resenhas dos alunos da Turma B da disciplina de Cibercultura na Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico) na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

O objetivo do blog é disponibilizar um espaço para os alunos aprimorarem sua crítica frente ao tema debatendo sobre Cibercultura.

Mais informações sobre a disciplina estão disponíveis no site da turma.