sexta-feira, 8 de maio de 2009

Mais sobre a aula de 24 de abril

Cabe aqui postar um pouco mais sobre a aula do dia 24. O professor Gilberto Consoni abordou, ainda que rapidamente e em "off", sobre a importância da boa utilização das palavras nas publicações na Internet. Utilização de palavras chave e metatags, criteriosamente pensadas, e suas combinações, podem ser determinantes para uma correta visibilidade na rede. Um título adequado será garantia de retorno nas pesquisas sobre determinado assunto. Pensa sobre isso!

Foi falado também sobre a evolução dos navegadores web, desde o Mosaic (tornado gratuito em 1993), que evoluiu para o Netscape Navigator, passou pela descoberta da Internet pela Microsoft com seu Internet Explorer em 1995, a criação de aplicativos Java (que ampliou ainda mais a aplicatividade da rede). Atualmente temos uma boa variedade de navegadores, com o Internet Explorer, o Mozilla Firefox, o Safari, o Konqueror, Opera, Google Chrome, Floc, entre muitos outros. Se quiser saber mais sobre navegadores web, clique AQUI.

A Galáxia Internet :Lições de História da Internet

Na aula do dia 24 de abril foi discutida a história da internet, a evolução das tecnologias e a formação das redes de computadores. Como suporte e guia, foi utilizado o primeiro capítulo do livro “A GALÁXIA INTERNET: Reflexões sobre Internet, Negócios e Sociedade”, intitulado “Lições de História da Internet”, de autoria de Manuel Castells.

Antes de mais nada, ao estudo não se faz necessária uma explicação passo a passo do desenvolvimento da tecnologia, e o próprio autor confessa que não pretende relatar a história pormenorizada da evolução tecnológica. É preferível, sim, direcionar a leitura histórica a fim de explorar os momentos e os processos chave para a formação das redes de computadores. Para tanto, Castells decide retratar o processo de expansão dessas redes, que surgem como redes internas, com número de computadores e acesso limitado, e acabam por se transformar em uma rede mundial, com uma quantidade massiva de usuários.

Como ponto inicial, o autor destaca a criação da rede ARPANET. Sob o domínio da ARPA (Advanced Research Projects Agency), a elaboração da ARPANET era fruto de uma política de pesquisa que procurava criar uma rede interativa de informática. A princípio, essa rede seria usada para fins militares, com o objetivo último de tornar os EUA tecnologicamente superiores à União Soviética. Contudo, mesmo sob o controle militar, essa rede foi desenvolvida por uma corporação independente - que já colaborava com o Pentágono – e, mais tarde, pelas universidades estadunidenses, criando assim uma situação ambígua, em que ao mesmo tempo em que a criação da rede era motivada pelo belicismo e pela Guerra Fria, a mentalidade universitária desenvolvia essa pesquisa para outros fins – finalidades essas até mesmo desconhecidas e gratuitas.

Desenvolvida a ARPANET, novas redes puderam ser criadas mais facilmente. Nos anos 70, ao que duas outras redes internas foram criadas, a PRNET e a SATNET, os pesquisadores se depararam com um novo conceito, o da rede das redes, cuja lógica era ligar essas três nets independentes e ter a disponibilidade de uma rede mais extensa. Contudo, para elas três se comunicarem era preciso desenvolver uma linguagem em comum entre elas. Cria-se, então, o protocolo TCP (Transmission Control Protocol), que foi dividido posteriormente em um outro protocolo, o IP (Interenet-work Protocol), cuja função seria a de localizar e realizar a comunicação entre computadores de redes distintas. Em meados dos anos 70, a ARPANET passou a ser de controle da Defense Comunication Agency, sendo utilizada para interligar as divisões das forças armadas. Para proteger essa rede de invasões, o Departamento de Defesa cria a MIL-NET, o que fez com que a ARPANET se voltasse apenas à pesquisa novamente. Surge, então, já nos anos 90, a ARPA-INTERNET, concluindo o ciclo de desenvolvimento com motivação militar.

Um novo marco fundamental na história das redes é a abertura ao domínio público da tecnologia responsável pela criação de redes informáticas, que, com a ajuda da comercialização de computadores com entrada para rede, permitiu uma integração rápida entre PCs. Nesse ponto, uma observação importante deve ser feita: mesmo sendo privatizada e não estando sob domínio do corpo estatal, a integração de TCP/IP foi financiada pelo Departamento de Defesa. É notável que empresas privadas se negaram investir em tais pesquisas tecnológicas por desconhecimento das possibilidades que a internet traria. De fato, essa rede de computadores não tinha outra finalidade a não ser facilitar qualquer procedimento interno, e pode-se arriscar afirmar que mesmo quem a desenvolvia o fazia por mera curiosidade. Dessa forma, a iniciativa privada teve um papel muito menor do que o aparato estatal para o desenvolvimento da rede informática, e coube a indivíduos autônomos a função de dar alguma função à rede.

A partir dos anos 80, por fim, foram os softwares desenvolvidos por universitários que garantiram a criação da internet como a conhecemos hoje. Tais softwares eram voltados para o compartilhamento e a integração fácil entre computadores pessoais, estabelecendo, assim, uma nova filosofia científica, que busca inovações técnicas a partir da troca de informações – troca essa aberta e muitas vezes sem fins lucrativos.

A internet é produto de um relacionamento nunca antes visto entre Estado, iniciativa privada e universidades, em que cada elemento dessa cadeia agiu sem criar conflitos. O que fica claro em relação a isso é que essa “boa convivência” só foi possível porque nenhum dos integrantes se pretendia dono do projeto. O aparelho estatal largou a internet quando criou uma rede própria, segura de invasores. A iniciativa privada não adotou o projeto por não perceber qualquer possibilidade de retorno financeiro, apesar de disponibilizar computadores com conexão para rede. Aos universitários, essa nova ferramenta representou a chance de uma revolução individual, cujo desenvolvimento não estava detido a objetivos nacionais ou empresariais, motivado, fundamentalmente, pela curiosidade e pela espontaneidade.

Esse histórico imprimiu no DNA da internet uma cultura de liberdade, herdada da ética hacker em conceitos como copyleft e open source. “A cultura da liberdade individual que se gerou nos campus universitários nos anos 60 e 70, utilizou a ligação informática em rede para os seus próprios fins, na maior parte dos casos, procurando a inovação tecnológica pelo puro prazer de descobrir” (CASTELLS, 2004, p.41). O próprio conceito de rede descentralizada apoiava-se na idéia de autonomia e liberdade, e foi determinante na formação, aspecto e velocidade de propagação da Internet dos dias atuais. A distribuição aberta e gratuita de software e a partilha de recursos foram alguns dos principais responsáveis pela rápida difusão dos protocolos de comunicação entre computadores, além de estabelecerem o código de conduta dos primeiros hackers. O ambiente universitário onde se desenvolveu a ARPANET definiu muitos formatos presentes na internet até hoje. A necessidade de comprovar as primeiras decisões fez com que os primeiros desenvolvedores criassem uma “recolha de comentários” (ou “request for comments”, RFC) para divulgar e discutir os resultados de suas investigações.

Cabe aqui frisar que, apesar de, historicamente o mundo viver o advento da contracultura, com grandes manifestações antibelicistas, os pioneiros da internet não se incomodaram com o fato do Pentágono (organização militar por excelência) estar financiando essas pesquisas, provavelmente por estarem imersos e embriagados naquela “extraordinária aventura tecnológica”. “Sem dúvida, tinham presentes os valores da liberdade individual, do pensamento independente e da ideia de partilhar e cooperar com os seus companheiros, valores que distinguiram a cultura universitária nos anos 60. (...) Esta cultura estudantil tomou a ligação informática em rede como uma ferramenta de comunicação livre e (...) como uma ferramenta de libertação que, em conjunto com o PC, transmitiria a todos o poder da informação, para que se libertasse tanto dos governos como das empresas” (CASTELLS, 2004, p.42-43). Essa cultura libertária possibilitou o surgimento de diferentes redes alternativas que poderiam conectar-se à ARPANET, e consequentemente o desenvolvimento de diferentes usos para a rede.

A transparência característica da Internet, desde seu surgimento, foi viabilizada técnica e socialmente pela diversidade na sua constituição. Mas para que prosperasse como rede mundial seria necessário que o mundo adotasse os protocolos propostos e utilizados pela incipiente rede universitária estadunidense. O padrão europeu firmava-se no protocolo X.25, de controle e responsabilidade essencialmente públicos, em contraponto à ARPANET, que tinha como principal vantagem a flexibilidade porestar fundamentada na diversidade das redes. Essa característica foi fundamental para a predominância do protocolo adotado pela ARPANET, o TCP/IP, pois facilmente pode incorporar as redes baseadas no protocolo X.25, tornando-se assim o padrão, ou standard, para a rede global.

A arquitetura aberta adotada na formação da Internet é tão determinante na sua essência que permeia todos os aspectos da grande rede. Essa filosofia tem permitido um volume de produção e diversidade tecnológica impensável em um ambiente restritivo, com o surgimento de um incontável número de aplicações através da rede: correio eletrônico, chats, banners, e o hipertexto.

Um aspecto curioso apontado no texto de Castells diz respeito à forma “subversiva” sobre a qual a rede se desenvolveu. Diz o autor:

Ninguém disse a Tim Berners-Lee para desenhar a world wide web e este viu-se obrigado a esconder os seus verdadeiros objetivos por algum tempo, já que estava a usar suas horas de trabalho em algo para o qual não tinha sido contratado pelo centro que o empregara. Mas pôde fazê-lo porque contava com o amplo apoio da comunidade Internet, cujos membros apoiavam seu trabalho , que entretanto ia disponibilizando na rede, e estimulado por numerosos hackers em todo o mundo. (CASTELLS, 2004, p.46)

Apesar das ideias de Berners-Lee terem posteriormente sido comercializadas por hackers, ele foi fiel ao ideal hacker, sempre trabalhando pelo interesse público. Tim Berners-Lee agiu sempre como um legítimo hacker, ao lado de nomes como Ted Nelson, Douglas Engelbart, Richard Stallman, Linus Torvalds, entre muitos outros notórios e anônimos hackers responsáveis pelo advento da www.

Pela sua característica aberta, a Internet experimenta um desenvolvimento e crescimento sem precedentes na história da comunicação humana.

Os novos usos da tecnologia, assim como as modificações efetuadas nessa tecnologia, são transmitidas de regresso ao mundo inteiro, em tempo real. Assim, reduz-se extraordinariamente o lapso de tempo decorrido entre os processos de aprendizagem através do uso e a produção para o uso, tendo como resultado a entrada num processo de aprendizagem através da produção, num círculo virtuoso, que se estabelece entre a difusão da tecnologia e seu aperfeiçoamento. (CASTELLS, 2004, p.41)

Castells restringe esse fenômeno a três condições: i) a arquitetura em rede de caráter aberto, descentralizado, distribuído e multidirecional na sua interatividade; ii) todos os protocolos de comunicação abertos, livremente distribuídos e sucetíveis de alterações; e iii)instituições de gerência da rede constituídas pelos princípios de transparência e cooperação inerentes à Internet (2004, p.47).

A gestão da Internet tem seguido os princípios apontados (de transparência e cooperação), determinada pela história ética de seus co-fundadores. A privatização do controle da Internet foi planejada pela NSF desde 1992. Em janeiro daquele ano criou-se a Internet Society, organização sem fins lucrativos encarregada pela supervisão do Comitê de Atividades da Internet (em inglês IAB, Internet Activities Board) e do Grupo de Engenharia de Internet (IEFT, Internet Engeneering Task Force), comandadas pelos respeitados Cerf e Kahn. Seu compromisso com a abertura da rede, seus conhecimentos técnicos e, acima de tudo, sua capacidade de suscitar consensos estimulou a participação internacional na coordenação da Internet, ampliando consideravelmente o alcance da rede.

O controle dos domínios ficou delegada a Jon Postel, um dos fundadores originais da rede, responsável pela IANA (Internet Assigned Numbers Authotity). Inquestionavelmente íntegro, Postel geriu os domínios com justiça, sensatez e neutralidade, “com resultados notáveis quanto à relativa estabilidade e compatibilidade do sistema” (CASTELLS, 2004, p.49). Apesar de seu falecimento, aos 55 anos, em 1998, Postel ainda legou um eficiente projeto de privatização do sistema, com a criação do ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers), desde o final daquele ano até hoje responsável pela gestão de domínios. Com princípios de participatividade, transparência e abertura, inerentes à Internet.

Para finalizar tomaremos a liberdade de reproduzir, quase na integralidade, o último parágrafo desse capítulo do livro de Castells, como segue:

[...] o que é surpreendente é que se tenha conseguido uma relativa estabilidade na gestão da Internet sem ter sucumbido, nem na burocracia do governo norte-americano nem no caos das sua estrutura descentralizada. Deve atribuir-se esse equilíbrio, fundamentalmente, à contribuição desses senhores da inovação tecnológica: Cerf, Kahn, Postel, Berners-Lee, e tantos outros, que se esforçaram realmente para conseguir que a Internet se mantivesse como uma rede aberta aos seus colegas, como meio para aprender e partilhar. Nesta concepção comunitária da tecnologia, a fidalguia meritocrática encontrou-se com a contracultura utópica na invenção da Internet, e na defesa do espírito de liberdade, que está na sua origem. A Internet é, antes de tudo, uma criação cultural. (CASTELLS, 2004, p.52)

Castells é um nome de referência quando o assunto é sociedade e tecnologia. Seu livro “A sociedade em rede”, primeira parte da trilogia “A era da informação”, lançado em 1996, já é um novo clássico da sociologia. “Lições de história da Internet” se mostra uma excelente introdução às teorias de Castells, pois faz um relato básico do desenvolvimento da internet, fazendo um recorte nos momentos que acabaram por dar origem à sociedade em rede.

P.S.: Posteriormente voltaremos a editar esse post, incorporando algumas imagens para deixar menos árido o texto.

domingo, 3 de maio de 2009

A GALÁXIA INTERNET



A GALÁXIA INTERNET

Reflexões sobre internet, Negócios e Sociedade


            Na nossa última aula (24/04) demos continuidade ao aprendizado sobre Cibercultura, o enfoque da aula era a internet e o seu histórico com base no texto de Manuel Castells, “A Galáxia Internet”. Como é um texto basicamente histórico, optei por tornar a resenha mais próxima de um resumo, acrescentando minha interpretação e comentários. Acredito que dessa maneira a construção dessa atividade seja mais proveitosa para todos.

Lições de História da Internet

           Nesse breve introdução o autor mostra-se empolgado com o desenvolvimento da internet, dizendo que várias regras foram quebradas, valores pré-estabelecidos subvertidos na criação do “novo mundo”.

“Serve também para reafirmar a idéia de que a cooperação e a liberdade de informação podem favorecer mais a inovação do que a concorrência e os direitos de propriedade. (...)” (pág. 25).

             Essa já é uma das novidades que a Internet apresenta a todos, pois na nossa sociedade o comum era (ainda é) que equipes, grupos, empresas, países rivais trabalhassem sem trocar informação algum, sem compartilhar qualquer coisa. Ao contrário da internet que muitas vezes programas correlacionados eram divulgados com seu código fonte aberto.

A História da Internet, 1962-1995: uma visão panorâmica

             As origens da Internet remotam da ARPANET, uma rede de computadores criada pela ARPA que, por sua vez, foi criada pelo departamento de defasa dos EUA, em 1958, com objetivos de superar a antiga URSS em tecnologia militar. Mas não era só isso, a construção da ARPANET justificava-se pela necessidade de um meio de repartir o tempo de trabalho on-line dos computadores entre vários centros de informática. Além disso, o desenho dessa rede teria de ser compatível com a proposta de comunicações flexíveis e descentralizada (de uso militar) capaz de sobreviver a um ataque nuclear.

            O objetivo seguinte era conseguir a ligação da ARPANET com outros sistemas em rede que a ARPA estava criando (PRNENT e SATNET). Para se conseguir isso seria necessário constituir um protocolo padronizado para fazer essas ligações. TCP/IP. O departamento de defesa preocupado com possíveis invasões/violações desenvolve o seu próprio sistema, o MIL-NET. Dessa maneira, a ARPANET não é mais interessante para os militares. Em 1990 ela é desmontada por ser considerada obsoleta.

            A tecnologia para a criação de redes de informática públicas estava aberta para o domínio público. No entanto, o departamento de defesa comercializa a tecnologia da internet. Provedores de internet constroem redes próprias de ligação para acesso (gateways).

            Mas houve outros fatores que construíram a internet como conhecemos hoje, por exemplo: o sistema UNIX ter seu código fonte aberto para o desenvolvimento (além de ser um sistema difuso entre os universitários), criação do conceito copyleft.

          O sistema operacional LINUX tem início nesse mesmo sentido. Com base no código-aberto do UNIX, um estudante o fez e o distribuiu na internet para que fosse evoluído e aperfeiçoado pela comunidade de hackers e usuários.

            A internet só atingiu todo esse tamanho graças a “world wide web”. Essa foi desenvolvida em meados de 1990 com o intuito da troca de informações em um sistema interativo de computação. Próximo a idéia do “Xanadú”: 

“Ted Nelson (...) trabalhou durante muitos anos na criação de um sistema utópico chamado Xandú: um hipertexto aberto e auto-evolutivo que tinha como objetivo ligar toda a informação passada, presente e futura, existente em todo o planeta (...)” (pág. 31 e 32).

             Acredito que a Internet que conhecemos hoje funcione como essa enorme “enciclopédia” on-line, aliás, a Wikipédia se encaixa completamente nesse objetivo. Com hiper-links que correlacionam às informações, além de ser uma fonte de conhecimento construída em conjunto. 

Uma fórmula insólita: ciência, a investigação militar e a cultura da liberdade

             A internet nasceu em um ponto de convergência entre a pesquisa militar, ciência e uma cultura libertária (liberdade individual). A questão interessante dessa situação era que os militares norte-americanos não tinham completa certeza do que seria, para o que servia essa rede.

            Certamente, a intenção de “sobrevivência militar” foi concluída. O resto de seu desenvolvimento tinha muita liberdade. O departamento de defesa deu liberdade para a ARPA administrar as pesquisas e essa, por sua vez, deu liberdade aos seus pesquisadores. Os pesquisadores construíram a rede experimental sem fins militares. Na hora da “prestação de contas”, os membros do congresso nunca entenderam o que era exatamente a ARPANET.

            Toda essa liberdade nas pesquisas permitiu que os EUA atingissem no início dos anos 80 a superioridade em eletrônica e comunicação em relação a sua rival: URSS.  A União Soviética tinha um sistema fechado de pesquisa, sem espaço público, somente militar.

            No entanto, precisamos ressaltar que somente com o apóio do financiamento público-militar é que a internet se tornou o que conhecemos hoje. No seu desenvolvimento, as grandes empresas privadas não se mostraram interesse – mesmo quando o governo tentou privatizar. A dependência pela tecnologia analógica e o medo de investir uma grande soma em um projeto incerto falaram mais alto. Para a nossa sorte.

 A Internet e as culturas alternativas

             Ao contrário do que se poderíamos pensar, esses cientistas e centros universitários não eram hippies que queriam liberdade, paz, etc. Na verdade, eles buscavam uma abertura da rede, conhecimento sendo difundido, entretanto não se importavam de trabalhar para o mesmo governo que estava na guerra do Vietnã.

            Nasce aí a conduta dos primeiros Hackers, a distribuição de protocolos e softwares gratuitamente contribuiu para o rápido desenvolvimento da internet, pois o pensamento de partilhar e cooperar com seus companheiros estavam presentes.

 Internet: uma arquitetura aberta

             A internet sempre teve a característica da transparência, tanto na arquitetura como na sua organização institucional. Com os códigos fontes abertos e com o desenvolvimento abertos dos protocolos, permitiu que a internet sobrevivesse (e contribuísse) ao processo de globalização: a questão central era a padronização de um modelo internacional.

Enquanto a Europa gostaria que o modelo mudasse e passasse para o filtro de seus próprios governos, os protocolos da ARPANET estavam fundamentados nas diversidades das redes. No final, os standards TCP/IP adaptaram os protocolos da base X.25 – europeu.

A auto-evolução da Internet: a configuração da rede pela utilização

           A internet tem sua força devido ao seu caráter aberto, essa tendência de liberação também é sua fonte de alimentação. A sua evolução está nessa “auto-alimentação”, pois – não seria diferente do resto da história – primeiro se cria uma necessidade ou se observa ela, a partir de então se começa a produzir.

          Como a internet é aberta, os próprios utilizadores se convertem, então, nesses produtores e configuradores. Para que essa evolução aconteça, deve-se cumprir três condições:

- Arquitetura aberta, descentralizada e multidirecional;
- Protocolos abertos e distribuídos livremente;
- As instituições devem gerir a rede de fora transparente e em cooperação.

A gestão da Internet

          Nesta parte, o texto demonstra estar desatualizado, aliás, acredito que o texto seja de 2002. Um dos conflitos levantados pelo texto é sobre a gestão de domínios, da Internet.

       A ICANN faz a gestão de endereços, domínios, parâmetros dos protocolos. “O conflito era sobre a questão da criação do domínio “.eu” (união européia) ter sido negada pela ICANN. No entanto essa questão já foi resolvida em 2002 (http://europa.eu/scadplus/leg/pt/lvb/l24228.htm) com criação definitiva desse domínio. 


Vídeos Recomendados:

 O Fenômeno da Internet:
http://www.youtube.com/watch?v=b1A9lYC3g-0
           uma matéria da época que a Internet estava se popularizando

 Para entender Bill Gates e Steve Jobs nos dias de hoje:

http://www.youtube.com/watch?v=G4LNA6VCipg&feature=PlayList&p=8773FD79FDA8321E&playnext=1&playnext_from=PL&index=36

+++ PLUS +++

Meu vídeo favorito da Internet:
http://www.youtube.com/watch?v=pFlcqWQVVuU

A Versão 2 do meu vídeo favorito da Internet:
http://www.youtube.com/watch?v=nBEyFeMV2_c&feature=related

O Mário não é mais aquele que você conheceu:
http://www.youtube.com/watch?v=JpBGRA6HHtY



Autor da Resenha: Rodrigo Olsson